A visão de Eloísa sobre sua perda da visão

” Na cidade de Itabira, em Minas Gerais, onde nasci, morava em um bairro bem tranquilo. Eu e minha família fomos os primeiros a se mudarem para um bairro que era muito tranquilo. Minha mãe sempre foi muito sensata e logo me colocou na escola. Nesse período sempre fui disciplinada e dedicada, e pude me alfabetizar até a terceira série do primário; até que a professora chamou minha mãe e lhe disse que não daria para eu continuar os estudos pois já não enxergava com clareza na lousa. Meu dia desmoronou sobre minha cabeça, logo eu que adorava ir para a escola, passava a maioria do meu tempo na biblioteca lendo livros. Mas também entendia que não havia muito o que fazer no momento, então antes de sair indo para a aula, fui atropelada e fiquei de molho em casa recuperando-me.
Nesse tempo, me limitei somente as funções domésticas e prestação de serviços aos vizinhos. Não parei de ler e fazer desenhos manuais, e nesse tempo ficava por horas em cima do pé de abacate olhando as paisagens e o céu, para então criar e escrever poesias (que se tornaram meus hobbies preferidos). 
Iniciei um tratamento dos olhos para ver se conseguia manter o resto de visão que tinha. Fui encaminhada para Belo Horizonte, mas não tive muitos resultados positivos. Voltei aos estudos com 17 anos e aproveitei o resto de visão para concluir o ensino médio. Tive varias dificuldades mas nunca perdi notas ou tomei bomba, e essa era uma meta pessoal. Logo depois desse tempo, percebi que tinha perdido toda visão. Mas, mesmo assim, continuei a lutar pelo que sempre quis e correr atrás dos meus objetivos.”

Eloísa Cristina Ferreira

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